''Fruta da época''. E é esta a expressão que mais tenho ouvido nos últimos dias. Pois é. Parece que (também) fui apanhada pelo bichinho da gripe. Maldito! Espirros, tosse, febre, um nariz entupido, e tudo mais que possam imaginar, foi tudo aquilo a que tive direito nos últimos dias. Pela primeira vez em cinco anos de trabalho, tive de ficar um dia em casa. E quem me conhece sabe como me custa ter de pedir alguma coisa aos meus superiores (e neste momento poderíamos entrar noutro tema, mas vou deixar para mais tarde). E pronto, assim foi. Fiquei com uma gripe e sinto que neste momento já tenho histórias suficientes para escrever um livro. Talvez ''A Gabriela está doente'' (a propósito do livro A Camila está doente). Ou quem sabe... ''Uma Aventura no Hospital''. É isso! Uma aventura no hospital. Uma grande, longa e incrivelmente secante, desmoralizante e desnecessária aventura no hospital. Uma aventura que não tenciono repetir nos próximos anos. E passo assim a narrar a minha próxima obra literária...
Hospital Santa Maria da Feira, dia 05/01/2014 pelas 14h30
Gabriela Henriques e o seu mais que tudo dão entrada nas urgências do hospital. Gabriela aguarda meia hora pela triagem, local em que a examinam e lhe é atribuída pulseira amarela... Gabriela fica contente por não receber uma pulseira verde, pensando que assim será atendida com alguma brevidade. Tão inocente Gabriela... Qual o seu espanto quando chega à sala de espera e estão mais umas 30 pessoas com pulseira amarela... Pessoas melhores que ela... Pessoas, certamente, piores que ela... Mas Gabriela não desmoraliza e decide aguardar! E aguarda... E aguarda... E aguarda... Gabriela tinha às 18h30 uma consulta de dermatologia marcada ali perto, à qual não poderia faltar de maneira nenhuma... Vendo as horas a passar... Decidiu perguntar a umas pessoas que ali permaneciam desde quando ali estavam! E o terror viu-se nos seus olhos quando esses pacientes responderam que estavam à espera desde as 10h da manhã para serem examinados... Com tal facto, Gabriela e o seu mais que tudo decidiram desistir, pois jamais estariam atendidos à hora da outra consulta. E assim foi. O casal retirou-se dos aposentos do hospital e segui com outro destino. Terminada a consulta de dermatologia, já marcavam as 20h30, Gabriela disse ao seu querido namorado: amor, porque não vamos ao hospital num instante ver se já passou a minha vez? Aquilo estava tão atrasado que com sorte ainda vamos a tempo... E assim foi. Dirigiram-se ao hospital e, chegados às urgências, deram conta de que as pessoas que ali aguardavam já eram outras e que eles seriam os próximos a entrar. Ainda assim tiveram que esperar uma hora... Quando Gabriela ouviu o seu nome ser invocado por uma mulher saída da sala de observações, os seus olhos irradiaram alegria!! Não sabia ela o que lhe esperava... Encontrou uma médica, jovem, e pouco simpática. Quanto a isso Gabriela era compreensiva. Ninguém conseguia ser simpático naquele ambiente e aquela hora! A médica examinou a paciente, pelo que concluiu que seria necessário fazer análises e um raio-x, informando Gabriela de que teria que aguardar pelo menos CINCO HORAS para puder fazer estes exames. Gabriela, indignada, recusou-se dizendo que não tinha condições para permanecer ali, e pediu à médica para lhe fazer o diagnóstico e receitar-lhe qualquer coisa para a febre, pedido ao qual ela se recusou. Posto isto, Gabriela assina o termo de responsabilidade e sai dali para fora indignada, por ter perdido um dia no hospital para nada. Mas a aventura ainda não estava terminada! Ela chega à sala de espera, e fica espantada com a cena que vê... Todos em alvoroço! Sem perceber nada, sai dali para fora e pede explicações ao seu namorado! Quando este lhe explica o sucedido... Ao que parece, quando eu fui chamada para ser atendida, todos os outros pacientes das urgências ficaram indignadíssimos por eu ser chamada antes deles, pois eu (supostamente) teria chegado mais tarde... O mais que tudo de Gabriela, que não é nada destas coisas, prontificou-se a explicar que nós já estávamos ali desde as 14h30, mas que apenas tinhamos saido para tratar de umas coisas... Ao que os doentinhos responderam: ahhhh foram passear e depois voltaram, muuuuito beeeeeem!!! Rui, irritado e já sem paciência para ouvir coisas estúpidas, limitou-se a dar uma gargalhada e a ir embora... E assim termina uma aventura INÚTIL no hospital.